Este Blog foi criado como portfólio virtual onde apresento meus projetos, pensamentos acerca da arte, arquitetura, cidade e ser humano e minhas pinturas. A trajetória do saber como expressão e formação do artista e do arquiteto
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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

RESIDÊNCIA SHANGRI-LÁ 01
EXPOSTO NA BIENAL INTERNACIONAL DE ARQUITETURA DE SÃO PAULO -2003
arq. Adriano Carnevale Domingues
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Devido ao formato do terreno e a intenção de deixar a maior área livre possível, a residência foi implantada no fundo do lote, liberando a perspectiva de seu entorno.
Assim implantada, a fachada frontal fica voltada para o sudeste, ficando prejudicado o aproveitamento de grande parte de seu interior da luz e ventilação naturais, levando à solução de fragmentar a cobertura afim de deixa-la visualmente permeável, criando assim, pontos de tensão e ruptura da unidade.
A construção tem um só nível; com salas de estar, jantar e TV, cozinha, despensa, área de serviço, 02 dormitórios, 01 banheiro social, suíte de casal, oficina, atelier e churrasqueira.
Nesta arquitetura, as partes intercomunicam-se, interferem-se e se unem, descaracterizando os limites do programa; propositalmente quebram ângulos e em relação ao reticulado ortogonal do piso, invadem e movimentam os espaços.
As partes truncadas por pérgolas e planos movimentados descompassadamente que geram aberturas em suas extensões; (continuidade vertical) cobrem como uma pele que não só envolve mas descasca, abre o interior e dá vida a sua essência; aproveitando e interagindo com a natureza, captando a luz solar, tornando-a de certa forma, uma unidade autônoma poupando gastos de eletricidade, assim como as placas solares que aquecem as águas.
O telhado de cerâmica com poucas águas dialoga com o contexto da região remetendo a tipologia presente no entorno. Uma vez inserida neste contexto, a residência quebra a repetição, criando em si, relações de oposição que marcam uma identidade não comparativa.
Fazendo uma analogia à música, cito Stravinsky ao descrever sua obra: “Em minha música, não me interessa a harmonia, mas a intensidade dos intervalos”; reforço a intrusão, mesmo que funcional, de um novo ritmo na cobertura até então harmônico com o entorno.
A arquitetura agora rompida, não une mais geometrias para qualificar os espaços e os justificar como ambientes, mas movimenta os limites e muda a percepção.

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ARCHITECTURAL RECORD:


NEW ITALIAN BLOOD:

Um comentário:

  1. Parabens Adriano! Dos teus projetos, o que achei melhor é o do abrigo, pelo incômodo que ela causa nao apenas nos arquitetos, mas na nossa cultura da desigualdade.
    Aqui na Universidade de Montréal existe um grupo de pesquisa em habitaçoes pos catastrofe e que propoem algo semelhante ao teu projeto. A semelhança parece dizer que no Brasil temos uma catastrofe permanente que se agiganta a cada dia: a desigualdade e o favelamento. Alguns vêem nisto uma forma de resistência e de criatividade, mas o fim me parece ser a degradaçao social e uma guerra civil interminavel. Mike Davis critica os projetos de reurbanizaçao localizada orquestrados pelo PT (sob a batuta do Bonduki) que nao mudam nada e so servem para maquiar o problema social, beneficiar bairros partidarios e re-ganhar as eleiçoes. Ele acha que é o sistema educacional e de segurança que devem ser reformados, e nao a favela.
    Continuamos por ai. Também participo de um outro blog o Factorama www.factorama2.blogspot.com que ataca os problemas de Maringá-PR, uma cidade sem favelas. Se quiser imergir nos meandros desta cidade, veja o Blog do Rigon www.angelorigon.blogspot.com
    Um abraço

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