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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

LATVIAN NATION
REFLECTING SOULS MEMORIAL
arq. Adriano Carnevale Domingues

 
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Inclino-me no rio Daugava, como sinal de respeito, ajoelho á sua margem e percebo que toda água sua não tem o propósito de saciar minha sede; talvez inundar minha razão inquieta. Tão logo percebo minha imagem em sua superfície confusa com tudo que até então estaria atrás de mim criando um novo quadro.
Sinto-me, então, parte de uma realidade transitória, mas que me liga á percepção e a reflexão do tempo além do espaço.
O céu agora embaixo de mim, põe-me cara a cara com a imaterialidade.
Olho para o horizonte, ainda ofuscado pelo reflexo da luz solar na superfície do rio Daugava, e levo fragmentos do que ficou registrado em minha mente e povôo a ilha com memórias de toda nação unida.
Lembro do ano de 1989, milhares de pessoas de mãos dadas confirmando o sentimento de união que nunca foi destruído ou retirado á força.
Esta imagem ainda forte em minha mente, norteia a idéia de um memorial que celebre a alma unida de todo o povo da Latvia.
Tubos metálicos subirão e descerão ao longo de seu percurso tendo suas extremidades por vezes no solo da ilha, no rio ou no ar.
Ao longo deste tubos metálicos existirão placas de espelhos (ou qualquer outro material reflexivo) onde serão gravados os nomes de todos os cidadãos mortos ou desaparecidos da Latvia durante as ocupações. O espelho inclinará levemente para o céu, levando a imaterialidade e reflexão,assim que o espelho volta para a posição vertical, nossa imagem se une ao entorno e à milhares de nomes dos antepassados, mais uma vez pondo enfrente de nós o que até então estava trás e me recordo do Daugava que me trouxe este fragmento de reflexão.
Quando inclinadas, as placas de espelhos refletirão o sol criando pontos de brilho intenso, ofuscando por vezes os visitantes, que apelam à memória na falta da visão nítida; além de dar vida à ilha quando vista de longe.
À noite, luzes no topo das colunas inclinadas, farão o papel da luz solar, recriando os mesmos efeitos de brilho ofuscante, além de criar fachos de luzes no céu; protegendo então, a nação contra qualquer noite de terror, como as de 13 e 14 de julho de 1941.
Na parte da ilha estrangulada pelos dois lotes que não pertencem á Fundação KOKNESES, ficarão as salas para explicações e informações, ponto escolhido, pois com o estreitamento, a concentração de visitantes será maior, facilitando a propagação das idéias, além de mostrar que a união desta nação nunca será rompida mesmo sobre pressão externa.
Para que a ilha não fique apenas para visitação, nas grandes áreas abertas proponho atividades sociais, tais como cinema e concertos ao ar livre, exposições de artes e literatura para que se torne um ponto de convívio e reflexão de vidas.

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