Violação (óleo
sobre tela 80x120cm) – 2015
América do Sul, Brasil, 2015.
No ano passado, mais de 50.000 mulheres sofreram algum tipo
de violação, seja por violência física, psicológica, moral e/ou sexual, além do
cárcere privado. Como se não fosse deprimente o bastante, soma-se a isto, a
prática de estupro coletivo.
Engolindo o choro, milhares de meninas e mulheres amputam
lascas de suas vidas em longínquos, por vezes, intangíveis pedaços de suas
melhores partes.
Não pode ser impossível não distinguir o canto de angústia.
Neste mesmo país, sucessivos governos violam seu povo que se
ilude em escolhas partidárias; inflamados e cegos porta-estandartes. Não é mais
um simples desrespeito, é uma comédia sádica de um povo que se vinga em si
próprio, se autoviolando. Estamos nos devorando com os dedos em riste de quem
se autocondecora o dono da verdade.
Não pode ser verdade que não se distingui o canto de
angústia do nosso próprio fim.
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